A realidade do CA de mama
De acordo com estudo coordenado pela Faculdade de Medicina da Unesp, de Botucatu, interior paulista, as mulheres com câncer de mama em estágio inicial que recebem tratamento no Brasil têm a mesma sobrevida de pacientes norte-americanas. Mas, por conta da demora do diagnóstico, essa realidade é bem diferente - e o país supera os EUA em mortes registradas em função da doença. A pesquisa cruzou dados de pacientes diagnosticadas entre 1998 e 2001, para que pudessem ser observadas as taxas de sobrevida após dez anos do início do tratamento. A metodologia para análise comparou os dados de 47 mil mulheres do programa The Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER), aos coletados junto a 834 pacientes do Hospital do Câncer de Barretos - e conluiu que 50,1% dos diagnósticos de câncer de mama nos Estados Unidos encontravam-se no estágio inicial, com tumores menores do que 2 centímetros e ainda não palpáveis. No Brasil, porém, os exames nesse estágio precoce ocorreram em apenas 10% dos casos. Os médicos alertam que é exatamente quando a doença deve ser detectada, já que as chances de cura chegam a 90%. Ainda assim, quase metade das brasileiras apresentavam estágios avançados, enquanto apenas 8,4% das americanas estavam nessa fase.