Ressonância em Ortostático

17/06/2013 08:11

A área de diagnóstico por imagem é uma das que mais crescem dentro da medicina. Com ela é possível detectar e tratar doenças que há até pouco tempo levavam à morte ou deixavam incapacitadas milhares de pessoas. O G-Scan, uma Ressonância Magnética Aberta, é um destes equipamentos revolucionários, que introduz o conceito de exame em posição ortostática (de pé) para melhor avaliação de patologias da coluna, joelho e tornozelo. E o responsável por trazer este exame para Goiânia é o ortopedista e traumatologista Monres José Gomes, especialista em Ultrassonografia e Ressonância Magnética do Sistema Músculo esquelético.

“Dentro das tecnologias de campo aberto para ressonância magnética que já existem no Brasil e em todo o mundo temos agora esta novidade, que é a ressonância magnética dedicada ao sistema músculo esquelético e com a qualidade de fazer o giro do magneto em até 90 graus o que possibilita fazer exames do paciente deitado, semi sentado, sentado ou em pé”, detalha o ortopedista, acrescentando está sendo feita a confecção da gaiola de Faraday, que serve para fazer o isolamento de radiofrequência e campo magnético. Segundo ele, a máquina é um ímã bastante potente que sofre interferência de radiofrequência, por exemplo de celulares, rádio e ondas de eletromagnético de maneira geral.

Monres explica que o equipamento é revolucionário porque possibilita avaliar uma lesão por diversos ângulos. “Por exemplo, um paciente que possui uma lesão meniscal no joelho, quando ele está deitado a lesão se apresenta de uma forma, quando está em pé a lesão se apresenta de outra forma. A máquina serve para mostrar a instabilidade das lesões músculo-esqueléticas quando o paciente está de pé”, complementa.

A maioria das dores músculo esqueléticas, principalmente articulares e na coluna vertebral, quando o paciente está deitado, a dor desaparece. Por isso, informa o médico, o repouso é tão importante no tratamento ortopédico. “Um paciente com hérnia de disco fica com muita dor em pé, quando anda, se levanta. Quando deitado, a dor melhora. Quando se faz uma ressonância magnética com o paciente deitado, vemos a hérnia e, às vezes vemos a protrusão do disco, que é uma situação anatômica menor que a hérnia. Quando se coloca o paciente em pé, a força da gravidade age a favor do médico examinador porque a hérnia aumenta de tamanho”, relata.

Assim, o diagnóstico de lesões degenerativas dos discos intervetebrais, dos meniscos e das articulações que sofrem a carga do corpo durante a marcha é melhor com o paciente na posição de pé. “Com as máquinas que tínhamos, apenas conseguíamos fazer a ressonância magnética com o indivíduo deitado. Contudo, surge essa nova tecnologia fará a força gravitacional agir e mostrar verdadeiramente a ‘cara’ da lesão”, reitera Monres.

De acordo com ele, os equipamentos de ressonância magnética nos quais o paciente fica deitado, é necessário colocar uma órtese, amarrando o ombro, a coluna e a bacia com um fio preso na ponta da mesa. “Puxamos o paciente como se estivéssemos arrastando ele para comprimir as vértebras justamente para as hérnias se mostrarem maiores. Tentando fazer manualmente o efeito da gravidade com o paciente deitado. Com este novo aparelho, isto não acontecerá mais. Esta é uma inovação maravilhosa”, considera.

VANTAGENS

Além de não existir nenhum preparo especial para a realização do exame, ainda há a vantagem de não causar o efeito da claustrofobia, que atinge em torno de 3 a 5% dos pacientes, já que a máquina é aberta. “É um equipamento que possibilita que façamos o exame bastante rápido. O de joelho, por exemplo, podemos fazer em torno de 14 minutos”, afirma. Algumas situações, como no caso de tumores, lesões musculares crônicas e infecções, exigem a aplicação do contraste paramagnético que é venoso. Neste caso há a contra-indicação para pacientes que possuem problemas renais crônicos.

Outra vantagem citada por Monres é que, como o aparelho fornece uma sequência de imagens do paciente em várias posições, o exame será importante na programação de uma cirurgia. Já foi feita a aquisição da máquina e a previsão para que ela chegue em Goiânia é para abril de 2013.

 

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